Houve um tempo em que as famílias eram numerosas. Os casais tinham seis, sete a dez filhos. Alguns tinham até mais.
Isso não causava espanto algum nas pessoas, era comum. A vida era mais simples, as pessoas eram aparentemente felizes com o que tinha. A mulher vivia basicamente para o lar. Cuidava dos afazeres domésticos, das crianças, da costura, do bordado, enfim, dava conta de tudo.
O marido saía cedo de casa e por conta dele ficava toda a despesa da casa.
No dia do recebimento do salário, alguns homens levava para casa alguns cortes de tecidos (normalmente iguais) para que a esposa confeccionasse vestidos para as meninas e camisas novas para os meninos. A esposa caprichava na costura e mudava os modelitos para que as filhas não ficassem iguais. As roupas novas eram usadas para irem à igreja. Isso mesmo, as roupas eram separadas(as de ficar em casa e as de sair).
Aos domingos a família se reunia para um almoço sofisticado. O cardápio era sempre o mesmo. Arroz, tutu de feijão, frango frito, macarronada com ovos cozidos e maionese. Atualmente, a cardápio já nem é mais tão sofisticado assim. Mas continua saborosíssimo(hmmm.... deu água na boca).
Na escola, iam todos exatamente vestidos iguais. Da camisa ao sapato, todos tinham que estar impecáveis. Não existiam shoppings, nem disputas pela marca da moda.
Os piqueniques com a família regados a suco e pão com salame eram o top do momento. Bolos feitos pela avó, rosquinhas, e a vida seguia simples e feliz.
Após a Revolução Industrial, tudo mudou. Houve uma mudança na economia e foi preciso a mulher sair de casa para trabalhar e ajudar nas despesas. O uso de métodos contraceptivos passou a ser usado de forma mais constante e a vida encareceu. Esses fatores foram os principais responsáveis pela diminuição da família brasileira. Hoje, os casais pensam primeiro em ter uma realização profissional plena, e só depois ter um filho, (diminuindo assim o número de membros da família) para que esse viva confortavelmente neste mundo de disputas pelo carro do ano, a roupa da moda e as comidas mais sofisticadas e cada vez mais violento.
Alessandra Fernandes