sexta-feira, 23 de março de 2012

Cientistas descobrem na China fóssil de espécie humana desconhecida da Idade da Pedra


Cientistas descobrem na China fóssil de espécie humana desconhecida da Idade da Pedra

A descoberta do "povo dos cervos vermelhos" levanta dúvidas sobre teoria aceita até agora sobre a evolução do homem na Ásia

Fósseis encontrados em duas cavernas do sudoeste da China revelaram a existência de uma espécie de homem pré-histórico até agora desconhecida. Esse tipo humano viveu na Idade da Pedra e apresentava uma mistura incomum de traços físicos arcaicos e modernos, o que dá uma nova pista sobre a adiantada evolução humana na Ásia.
Com idades entre 14,5 mil e 11,5 mil anos, os fósseis são de homens que conviveram com seres humanos modernos (Homo sapiens) em uma época em que a agricultura começava a ser desenvolvida na China, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (14) na revista PLoS One, por um grupo formado por pesquisadores chineses e australianos.
Até agora, não haviam sido encontrados no leste do continente asiático fósseis humanos de menos de 100 mil anos que se diferenciassem fisicamente do Homo sapiens. Isso levou os cientistas a pensar que nessa região não havia antecessores dessa espécie quando apareceram os primeiros homens modernos. Essa teoria é colocada em dúvida com a descoberta anunciada nesta quarta.
"Esses novos fósseis podem ser de uma espécie antes desconhecida que sobreviveu até o final da Idade do Gelo, há 11 mil anos", disse Darren Curnoe da Universidade de Nova Gales do Sul, da Austrália, que liderou o estudo com o chinês Ji Xueping, do Instituto de Arqueologia e Relíquias Culturais de Yunnan.

De acordo com Curnoe, outra hipótese levantada era de que os fósseis fossem de representantes de uma migração de homens modernos da África, muito adiantada e desconhecida, mas que não contribuiu geneticamente para o homem atual.
Os restos de três indivíduos foram encontrados em 1989 por arqueólogos chineses em Maludong (a caverna dos cervos vermelhos) perto da cidade de Mengzi, na província de Yunnan, mas só começaram a ser estudados em 2008 por cientistas chineses e australianos. Um quarto esqueleto parcial havia sido descoberto em 1979 em uma caverna em Longlin, na região autônoma de Guangxi Zhuang, mas permanecera no bloco de pedra onde foi descoberto até 2009, quando foi reconstruído.
Os crânios e dentes de Maludong e Longlin são muito similares entre si e representam uma mistura incomum de características anatômicas arcaicas e modernas. Os cientistas chamam esses homens de "povo dos cervos vermelhos", já que caçavam esses animais hoje extintos e os cozinhavam na caverna de Maludong. "A descoberta do povo dos cervos vermelhos abre um novo capítulo na história da evolução humana – o asiático – e é uma história que só agora está começando a ser contada", disse Curnoe.
Embora a Ásia conte atualmente com mais da metade da população mundial, os cientistas ainda sabem pouco sobre como os humanos modernos evoluíram nessa localidade depois que seus ancestrais se fixaram na Eurásia há cerca de 70 mil anos. Até o momento, os estudos sobre as origens humanas se centraram principalmente na Europa e na África, devido em grande parte à ausência de fósseis na Ásia e ao desconhecimento da antiguidade dos poucos restos encontrados nessa zona.
LY

Reportagem enviada pela aluna Paula Miranda - 6º Ano

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